Cury lucra mais de R$ 236mi: e ainda diz que poderia ter sido mais

Com receita recorde, margem gorda e expectativa de ano histórico, a incorporadora mostra fôlego no MCMV… mesmo com a Caixa atrasando os repasses.

Projeto de empreendimento da Cury. Foto: Reprodução / Cury.

A Cury Incorporações, conhecida por sua atuação intensa no Minha Casa, Minha Vida, fechou o segundo trimestre de 2025 com um número que faria muita empresa do setor bater palma: lucro líquido de R$ 236,7 milhões, um avanço de 37,5% sobre o mesmo período de 2024.

💰 E não foi só o lucro que brilhou.

A receita líquida da companhia saltou 34,9%, atingindo R$ 1,35 bilhão, o maior valor já registrado em um trimestre pela incorporadora. A margem bruta, que mede o quanto sobra depois dos custos diretos, também engordou: 39,6%, avanço de 1,3 ponto.

💸 “Podia ter sido mais, viu?”

Apesar da boa fase, a Cury teve uma queda no caixa líquido: de R$ 477 milhões para R$ 227 milhões em um ano. Motivo? Dois fatores:

1. Distribuição de dividendos — aquela parte generosa do lucro entregue aos acionistas;
   

2. Mudança no repasse da Caixa Econômica Federal: agora, o banco só libera os valores das vendas após o registro do imóvel em cartório. Resultado? Um “delay” de dois a três meses no fluxo de caixa.

   
   

Segundo o VP comercial Leonardo Mesquita, isso gerou uma diferença considerável:

“Tivemos geração de caixa de R$ 103 milhões, mas poderia ter sido R$ 252 milhões”, afirma. E tranquiliza: a situação deve se normalizar em 2026.

🚂 Lançamento e vendas a todo vapor 🧱

No trimestre, a Cury lançou R$ 1,96 bilhão em VGV, uma alta de 16,9%, e vendeu R$ 2 bilhões, crescimento de 22,7%.

No acumulado do semestre, o lucro líquido já bate R$ 450 milhões, com R$ 513 milhões em lançamentos só no começo de agosto.

Com esse ritmo, a própria empresa já avisa: 2025 deve ser um ano recorde de lançamentos e vendas.

📊 O Minha Casa, Minha Vida segue fazendo milagres?

Ao que tudo indica… sim.

Mesmo com entraves burocráticos, mudanças no calendário de repasses e a eterna gangorra do crédito, a Cury prova que o segmento popular, quando bem operado, ainda é uma máquina de resultados.

Enquanto muita empresa patina, a incorporadora entrega margens robustas, alto retorno aos acionistas e ritmo acelerado de obras e vendas. E ainda sobra tempo para reclamar (com razão) dos entraves do sistema.