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Do grão ao gargalo: supersafra expõe falhas na infraestrutura

  • Foto do escritor: Redação Liga News
    Redação Liga News
  • 27 de ago.
  • 2 min de leitura
O Brasil colheu uma supersafra de soja e milho, mas faltam armazéns e infraestrutura para escoar a produção: filas de caminhões já denunciam o gargalo

Do grão ao gargalo: supersafra expõe falhas na infraestrutura
Foto: Governo de Mato Grosso.
O Brasil colheu 345 milhões de toneladas de grãos em 2024/25, mas só consegue armazenar 63%. O resto, cerca de 37%, simplesmente não tem onde ficar, segundo a CNA.

E adivinha? Em Rondonópolis (MT) uma fila quilométrica de caminhões bitrem, todos abarrotados de milho, esperam a vez para descarregar no terminal ferroviário da Rumo. A supersafra virou paisagem de congestionamento: no campo e no asfalto.

⚠️ O problema não é só espaço

É também caminho. Mato Grosso está longe dos portos e depende da BR-163 para escoar. A rodovia, construída nos anos 1970, hoje é palco de 79 mil veículos por dia — sendo 60% caminhões. A duplicação segue lenta: dos 655 km, apenas 380 km estão em obras. A promessa? Concluir 444 km até 2031.

🚚 Só do Estado saíram 105,6 milhões de toneladas de milho e soja – cerca de 60% vai seguir pelas rodovias.

O déficit de infraestrutura é estrutural

O Brasil investe menos de 2% do PIB em infraestrutura. Para equilibrar as contas, precisaria investir o dobro (4% a 4,5%) todo ano, por duas décadas. Parece muito? É só o básico para manter estradas, portos e ferrovias em condições.

📉 Hoje, o “estoque de capital em infraestrutura” equivale a 35,5% do PIB. O ideal, segundo o Ipea, seria acima de 60%. Resultado: malha envelhecida (30 a 40 anos em média), ativos depreciados e capacidade de escoamento no limite.

🏗️ O que pede o setor?

Diante do cenário, o Sinicon (Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada) apresentou uma agenda com cinco prioridades:

  1. Dobrar o investimento público em infraestrutura para 4,5% do PIB.
  2. Melhorar o ambiente de negócios e os marcos regulatórios.
  3. Criar fundo garantidor público para apoiar crédito em obras.
  4. Retomar política de crédito à exportação de bens e serviços.
  5. Valorizar a engenharia e suprir mão de obra qualificada.

O que vem pela frente?

A supersafra mostrou que o Brasil sabe produzir em escala global. Mas também escancarou o óbvio: não adianta colher recordes se o grão fica parado no caminhão.

Do ponto de vista dos leilões rodoviários os investimentos tendem a ser promissores. O certame da Rota Agro (BR-060/364/GO/MT) atraiu cinco participantes, o maior número em sete anos. Foi tanta disputa que empatou o recorde de 2018 (BRs 116 e 392), mas com uma diferença: agora há mais projetos em carteira e mais diversidade de players na mesa.



 
 
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