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Novo modelo de crédito pode criar 50 mil unidades habitacionais

  • Foto do escritor: Redação Liga News
    Redação Liga News
  • há 12 minutos
  • 3 min de leitura
Mesmo com a Selic nas alturas, o governo prepara um “empurrão” de R$ 37 bilhões no crédito habitacional para 2026 — um teste bilionário que pode turbinar o setor da construção (ou expor seus limites).

Novo modelo de crédito pode criar 50 mil unidades habitacionais

O setor da construção civil pode ganhar R$ 37 bilhões extras em crédito em 2026, com a estreia do novo modelo de financiamento habitacional desenhado pelo governo.A estimativa é da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil), que prevê um aumento de 10% nos recursos para a casa própria — algo próximo de 50 mil novas unidades no papel.


Mas calma: o otimismo vem acompanhado de uma boa dose de cautela. “Vamos ver se os bancos embarcam, se o crédito chega de verdade ao cliente e se as empresas terão projetos prontos”, pondera o presidente da Cbic, Renato Correia (foto), em entrevista à Folha.


Um contraciclo em tempos de Selic alta

Com a Selic mantida em 15% ao ano, o crédito imobiliário naturalmente perderia fôlego. Mas o governo tenta ir na contramão. Correia define o novo modelo como um “contraciclo”: enquanto o Banco Central freia o consumo para conter a inflação, o setor da construção deve seguir acelerando, sustentado por instrumentos como FGTS e poupança.


Ironia? Talvez. Mas, segundo ele, “é bom que seja assim, senão o cidadão ficaria sem habitação”.


🏦 Poupança parada, dinheiro em movimento

A mágica está na liberação de 5% dos depósitos compulsórios da poupança, hoje parados no Banco Central.Esses recursos devem virar combustível imediato para os financiamentos da classe média, funcionando como um teste piloto em 2026. Se der certo, a expectativa é de expansão gradual até liberar 20% do total compulsório em dez anos.


Ou seja: o plano é grande — mas o mercado ainda quer ver para crer.


📈 2026: o “ano-teste” do novo crédito

Durante 2026, o foco será medir o apetite dos bancos, das incorporadoras e, claro, dos compradores.O governo fala em 80 mil unidades; a Cbic, mais conservadora, aposta em 50 mil. Difícil cravar. Afinal, o que dita o ritmo da habitação ainda é a renda do brasileiro.


Se tudo correr bem, 2027 pode marcar o início de uma nova era de financiamento.


O que os dados dizem (e o que o setor espera)

Mesmo com juros altos, 2024 mostrou fôlego. Segundo levantamento da Cbic, os lançamentos cresceram 6,8%, as vendas 9,6%, e os estoques caíram 4,1%. Foram 414 mil unidades lançadas e 423 mil vendidas em 221 cidades — um retrato de um mercado ainda pulsante.


🏘️ Déficit habitacional em queda, mas o desafio segue

Pela primeira vez, o déficit habitacional absoluto caiu para 5,97 milhões de famílias, segundo a Fundação João Pinheiro. É o menor número da história — resultado direto, segundo Correia, de políticas públicas mais articuladas e de subsídios estaduais e municipais que cobrem parte da entrada no financiamento.


São Paulo, Paraná, Pernambuco e Mato Grosso do Sul já adotam programas próprios de apoio à entrada.Mas o dirigente reforça: “O país ainda precisa uniformizar códigos de obra e planos diretores para industrializar o setor”.


🏗️ Cada cidade, um código — e o país sem escala

A diversidade de regras municipais segue sendo o calcanhar de Aquiles da produtividade. Enquanto uma cidade define o tamanho mínimo do quarto, outra altera o pé-direito da sala. Resultado? Nada de escala, pouca industrialização e custos mais altos.


Correia é direto: “Sem padronização, não há como industrializar o Brasil da habitação.”


⚙️ Em resumo

👉 R$ 37 bilhões em crédito adicional podem chegar em 2026

👉 50 mil novas unidades no radar da Cbic

👉 Ano-teste antes da expansão total do modelo

👉 Desafio: transformar um “contraciclo” em crescimento sustentável


Foto: Diego Bresani/Divulgação

 
 
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