Mais vagas na construção. Mas... cadê a mão de obra?
- Redação Liga News

- 27 de mai.
- 2 min de leitura
O setor da construção bate recorde na geração de empregos, mas enfrenta um problema crescente: salários baixos, dificuldade de encontrar profissionais e queda no número de engenheiros formados.

O setor da construção vive um cenário curioso. De um lado, um boom na geração de empregos. De outro, uma crise silenciosa — e crescente — de falta de profissionais.
Entre 2019 e 2023, foram abertas 559,5 mil vagas no setor. Isso significa um salto de 29,4% na população ocupada nas obras, segundo o IBGE.
Só que nem tudo são tijolos e flores.
💸 O salário... ficou no chão.
Enquanto o número de vagas subiu, o salário médio... caiu. Em 2023, quem trabalha na construção recebeu, em média, 2,1 salários mínimos — o menor patamar desde que o IBGE começou a série histórica, lá em 2007.
O setor de obras de infraestrutura, que geralmente paga mais, também sentiu: manteve média de 2,6 salários mínimos, o menor desde 2020.
E não é só sobre salário. É sobre desejo.
O CEO da Eztec, Silvio Zarzur, soltou, numa call com analistas, uma frase que resume bem o momento:
“As pessoas não querem mais trabalhar com obra. Querem ser influencer ou motoboy.”
Por mais direta (e até polêmica) que soe, ela reflete uma dor real do setor.A dificuldade de encontrar mão de obra qualificada está, literalmente, atrasando obras.
🧠 A crise não é só no canteiro — é na formação também.
O número de estudantes de engenharia despencou no Brasil. Em 2015, havia 1,25 milhão de alunos na graduação. Em 2023, esse número caiu para 894 mil — o menor desde 2011.
E não para por aí: os cursos também enfrentam quedas constantes na qualidade, segundo indicadores do próprio MEC.











