O concreto quer pavimentar o futuro das estradas brasileiras
- Redação Liga News

- 9 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de ago.
Com o asfalto pressionado por custos e clima, o concreto começa a ganhar espaço nas obras de pavimentação. O Dnit projeta crescimento de 2% para 10% da malha federal em 10 anos.

O asfalto ainda é rei no Brasil — cobre 98% da malha pavimentada. Mas se depender da curva de custo e da nova lógica climática, o trono vai mudar de dono.
Nos bastidores do Dnit e de departamentos estaduais, o concreto à base de cimento Portland começa a se firmar como opção preferencial para novas rodovias.
📈 A conta está virando
Historicamente, o asfalto era mais barato. Mas desde 2014, a Petrobras passou a indexar o preço do ligante ao mercado internacional.
Resultado:
➡️ O custo subiu — e muito.
➡️ O concreto, que antes era ignorado, virou protagonista nos projetos de longo prazo.
“Historicamente, o preço do ligante asfáltico era mais competitivo para projetos de pavimento. Mas, a partir de 2014 mais ou menos, a Petrobras começou a fazer uma paridade de preços do insumo asfáltico com o preço internacional, e houve um incremento significativo do insumo asfáltico, o que nos fez começar a considerar mais o cimento Portland”. – Luiz Guilherme Rodrigues de Mello, diretor de planejamento e pesquisa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
♻️ E tem o argumento climático
O concreto suporta melhor as altas temperaturas e variações extremas, além de refletir menos calor, o que pode ajudar a mitigar o efeito “ilha de calor” em áreas urbanas.
📍 No Paraná, o DER testou o sistema “whitetopping” (aplicação de concreto sobre asfalto) na PRC-280 — e estima que poupou 17 mil toneladas de CO₂ com essa escolha.
🚀 Inovação é a base da mudança
Segundo o diretor de planejamento e mercado da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Valter Frigieri, os fabricantes de cimento estão comprometidos em reduzir emissões de carbono e têm investido em inovações que permitem manter a produção em alta a partir de resíduos naturais.
“Nós temos uma parceria tecnológica com a USP chamada hubIC. Dentro desse ambiente desenvolvemos inovação e o desafio, em todas as soluções que elaboramos, é impactar menos no meio ambiente”. – Valter Frigieri, diretor de planejamento e mercado da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).
🚛 E por que essa virada importa?
Porque ela altera toda a lógica de investimento em infraestrutura:
Altera quem fornece e quem lucra.
Altera o tipo de equipamento que se usa.
Altera quanto tempo a estrada fica parada para manutenção.










